Xiaomi ultrapassa GM e Ford em valor de mercado. O lançamento do SU7, o carro elétrico da empresa chinesa dos eletrônicos resultou em um aumento de até 16% nas ações do grupo. Contudo, uma influente corretora chinesa prevê um prejuízo de quase US$ 10 mil por veículo neste ano. Mas o lançamento gerou grande interesse do público.
Surpreendentemente, no primeiro dia de negociação após o lançamento do SU7, as ações da Xiaomi atingiram seu maior valor desde janeiro de 2022. Embora tenham perdido parte da força no final da sessão, encerraram com um aumento de 9%, elevando o valor de mercado da empresa em US$ 4 bilhões.
No pico do dia, a avaliação da Xiaomi foi de US$ 55 bilhões, superando as tradicionais montadoras norte-americanas General Motors e Ford. O SU7, que entra em um mercado de veículos elétricos lotado, o chinês, tem um preço atraente – menos de US$ 30 mil para o modelo básico, mais barato que o Model 3 da Tesla na China.
Xiaomi tem caixa para bancar o SU7
Apesar dos desafios do maior mercado automotivo do mundo, como a guerra de preços dos veículos elétricos e a desaceleração da demanda, analistas afirmam que a Xiaomi tem mais recursos do que a maioria das startups de veículos elétricos. Além disso, sua experiência em smartphones lhe dá uma vantagem em painéis inteligentes, um recurso valorizado pelos consumidores chineses.
A Xiaomi informou aos potenciais compradores do SU7 que podem enfrentar tempos de espera de quatro a sete meses para receberem o carro, um sinal de demanda robusta. A empresa recebeu 90 mil encomendas antecipadas do veículo nas primeiras 24 horas de vendas.
O fundador e CEO da Xiaomi, Lei Jun, anunciou que as entregas do primeiro lote começam em 28 cidades chinesas. O lançamento do SU7 cumpre a ambição de Lei, que anunciou a entrada da empresa no mercado de veículos elétricos em 2021, prometendo investir 10 bilhões de dólares no setor automotivo.
Xiaomi tem mais de meio bilhão de dólares em caixa?
A Xiaomi espera perder dinheiro com o SU7, e alguns analistas preveem que o prejuízo será substancial. Com base em um volume projetado de 60 mil unidades este ano, o Citi estima que o SU7 pode gerar um prejuízo líquido de US$ 567 milhões para a empresa.
Após o lançamento do SU7, outras marcas chinesas de veículos elétricos com modelos comparáveis anunciaram cortes de preços e oferta de subsídios. Em 2024, o segmento de 200 mil a 300 mil iuans (entre 140 e 200 mil reais) terá cerca de 240 modelos de veículos elétricos disputando mercado, um aumento de quase 20% em relação ao ano anterior.
Devido à demanda, a Xiaomi solicitou aos fornecedores aumento de capacidade de produção mensal do SU7 para 10 mil unidades, ante 3 mil em março e 6 mil em maio, segundo informou a agência de notícias chinesa Yicai.